Gastos dos bancos com TI somam R$ 22 bi em 2010, diz Febraban
Setor recupera trajetória de crescimento dos investimentos em tecnologia que havia sido interrompida pela crise
Em 2010, as despesas e investimentos do setor bancário em Tecnologia da Informação (TI) atingiram 22 bilhões de reais, crescimento de 15% sobre 2009. Os números são da pesquisa “O Setor Bancário em Números”, divulgados hoje (04/05), pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No ano passado, as despesas com TI ficaram em 15,4 bilhões de reais, aumento de 13% sobre o ano anterior e os investimentos alcançaram 6,6 bilhões de reais, valor 19% superior ao do ano anterior.
Segundo o responsável pela pesquisa, Gustavo Roxo, em 2010 houve uma recuperação dos gastos com TI no setor. “Em 2009 houve uma retração dos investimentos por causa da crise. Os bancos definem o orçamento do ano seguinte no último trimestre do ano corrente. Em 2009 o planejamento ocorreu na fase mais aguda da crise.” Em 2009 os gastos com TI tiveram aumento de apenas 4% em relação a 2008 e, no ano passado as despesas com tecnologia recuperaram a trajetória histórica de forte crescimento. “Esses números mostram que os investimentos em TI aumentam acima da média de despesas do setor, o que significa que os bancos vêem em TI uma importante alavanca para suas estratégias de crescimento.”
Em 2010, mais uma vez as despesas e investimentos com hardware tiveram o maior peso, alcançando 6,4 bilhões de reais, equivalente a 29% do total gasto com TI. Na comparação com 2009, houve um crescimento de 23%. Com 22% de participação no total de gastos, o segmento de telecomunicações atingiu 4,8 bilhões de reais no ano passado, 15% maior que o de 2009. Já as despesas e investimentos com infraestrutra cresceram 11%, para 3 bilhões de reais. Já os gastos com softwares in house cresceram 33%, para 2,9 bilhões de reais, ante um crescimento de apenas 2% das despesas e investimentos com softwares desenvolvidos por terceiros, que atingiu cerca de 4 bilhões de reais.
A pesquisa apurou que nos últimos dois anos os gastos com softwares in house substituíram as despesas e investimentos dos bancos com softwares de terceiros. Entre 2008 e 2010, os gastos com desenvolvimento próprio aumentaram 24%, e as despesas com softwares terceirizados caíram 22%. Para Roxo, o fenômeno é explicado pelo movimento de fusões do setor, quando a instituição financeira unifica seu sistema com o do banco adquirido. Por conta do porte de um projeto de unificação, acabam optando por não terceirizá-los. “Os projetos são muito grandes quando há troca de plataforma e integração bancária. Esse tipo de projeto leva à utilização maior de softwares internos. Com o fim dos processos de consolidações do setor os gastos com softwares terceirizados tende a aumentar.
Em 2010 a quantidade mainframes dos bancos tiveram uma expansão de 31%, para atingir 698,6 mil de MIPS (Milhões de Instruções por Segundo). Outro destaque foi a quantidade de storage em discos, que subiu de 17,8 mil unidades para 22,1 mil unidades, um aumento de 24%. “Os números mostram um crescimento consistente dos investimentos em processamento centralizado por parte dos bancos”, disse Roxo. O executivo também destacou o aumento dos número de dispositivos remotos, que tiveram aumento acima dos equipamentos centralizados.
Chama a atenção a queda dos investimentos em terminais de Caixa e o aumento de 11% nas estações de trabalho, PCs e notebooks, que configuram mudança significativa na forma de operação do sistema financeiro. Não àtoa, o crescimento do uso do internet banking e do mobile bankink e a consolidação dos caixas eletrônicos, e a queda de uso de cheques e de transações na boca do caixa, foram destaques da pesquisa. Detalhes no IDGNow.
Site: COMPUTERWORLD (Redação).
http://computerworld.uol.com.br/negocios/2011/05/04/gastos-dos-bancos-com-ti-somam-r-22-bi-em-2010-diz-febraban/