Líderes de TI ainda têm espaço para evoluir

Executivos brasileiros de tecnologia demonstram grandes virtudes, mas precisam melhorar pontos como inovação e estratégia.

O Brasil é conhecido por gerar executivos de destaque e que se tornam referências no mundo. Isso se deve aos muitos anos de instabilidade econômica pelos quais o País passou, que tornaram a gestão de empresas algo muito complexo e desafiante. Os executivos nesses ambientes foram obrigados a se desenvolver muito rapidamente, tendo que ser flexíveis, pensar rápido, tomar decisões com pouquíssimas informações e lidar com o imponderável todos os dias. Como diz o ditado, “mares calmos não fazem bom marinheiros”.

Na área de TI, vivemos muitos anos com o mercado fechado, o que também exigiu dos gestores muita criatividade para atender as áreas de negócio, não contando com as tecnologias de ponta existentes em outros países. Muitos gestores de TI do Brasil também são reconhecidos internacionalmente. Não é raro encontrar CIOs brasileiros sendo responsáveis pela operação de vários países.

O que a International Data Corporation (IDC) observa é que realmente os executivos de TI brasileiros têm virtudes que os destacam no mundo, como a flexibilidade, cordialidade, conhecimento técnico e criatividade. Porém, há muitos pontos ainda que necessitam ser trabalhados. Em uma pesquisa informal que a IDC realizou com fornecedores de TI no Brasil, foi perguntado qual o percentual de CIOs brasileiros que hoje pensam estrategicamente e têm um papel muito relevante no processo de inovação e geração de diferencial competitivo das empresas. As respostas foram consensuais e convergiram para algo como 25%. Ou seja, aos olhos de muitos fornecedores, apenas um quarto dos seus clientes tem CIOs realmente estratégicos. Afinal de contas, quão bons são os CIOs no Brasil?

O que se pode observar é que o Brasil conta com muitos CIOs de destaque e que não ficam a dever nada aos melhores gestores do mundo. Porém, de maneira geral, ainda há muito espaço para melhorias na gestão de TI no País. Na média, os respondentes atingiram somente 30% das notas máximas em cada uma das áreas pesquisadas. Apesar de não termos uma base de comparação com outros países, uma vez que não foi realiza uma pesquisa com a mesma metodologia fora do Brasil, este índice, em uma primeira análise, parece baixo.

Obviamente, atingir as notas máximas requereria a perfeição, que dificilmente um humano seria capaz de realizar. Mas certamente há áreas onde os gestores terão que colocar mais atenção. Uma delas é a área de inovação. Ainda verificamos que TI em muitas empresas participa reativamente do processo de inovação. Outras áreas que necessitam de melhorias são comunicação de TI , a medição de qualidade e governança de uma maneira geral.

A maioria das empresas pesquisadas ainda tem uma maturidade relativamente baixa nessas áreas. Isso não representa necessariamente uma má notícia, pois pudemos observar uma enorme evolução na postura e capacitação dos gestores de TI nos últimos 10 anos no Brasil.

Apesar da média não ter sido muito alta, há várias empresas que tiveram destaques positivos, e que possuem CIOs que estão fazendo a diferença.

Fonte: Computerworld