Gestores de TI têm que abraçar a mobilidade para mirar futuro

Enquanto muitos líderes estão focados em permitir que operações e processos de negócios migrem para os dispositivos móveis, outros estão pensando em usá-los para transformar os negócios

É raro hoje um CIO que não esteja lidando com o impacto da mobilidade e da consumerização na área de TI. Mas a mobilidade é mais do que apenas o mais recente passo em direção à inovação tecnológica, dizem Mike Brinker e Shehryar Khan, diretores da Deloitte Consulting. A mobilidade é fundamental para  remodelar os modelos operacionais e os modelos de negócios. E já não é suficiente pensar no ” mobile-first”, segundo eles. Em vez disso, os CIOs que quiserem levar suas empresas para o futuro pós-digital devem começar a pensar em estratégias “mobile-only”.

Os sinais são claros, dizem os analistas: em 2012, a Apple Store e a Google Play ultrapassaram  25 bilhões de downloads de aplicativos. Além disso, de acordo com uma pesquisa sobre tendências da Internet, realizada por Mary Meeker, sócia da Kleiner Perkins Caufield & Byers, 13% de todo o tráfego de Internet em 2012 foi originado a partir de dispositivos móveis.

“A explosão de smartphones e tablets não pode ser negada”, escrevem Brinker e Khan no relatório “Tech Trends 2013: Elements of Postdigital“, da consultoria. Nas empresas as iniciativas móveis têm aparecido em quase todos os cantos e para diferentes finalidades – para mobilidade da força de trabalho, envolvimento dos clientes e reformulação do modo usual de fazer negócios. Os CIOs estão lutando para lidar com o clamor por desenvolvimento, implantação e promoção de aplicações móveis. E muitos estão se orientando pelo evangelho do “um aplicativo para isso”, tentando suprir a lacuna entre as expectativas do usuário final e as ofertas atuais.

Esse cenário levou muitos CIOs a adotarem a atitude “mobile-first” em 2012, em que suas equipes eram instadas a considerar um componente móvel para cada projeto de solução de TI. O problema é que é aí que muitas organizações permanecem até hoje, dizem Brinker e Khan. Muitas organizações continuam  simplesmente incorporando smartphones e tablets às operações e aos processos existentes, em vez de capitalizar o potencial da mobilidade para transformar operações e processos.

Enquanto isso, os sensores estão se multiplicando rapidamente no mercado, permitindo potencialmente a criação de poderosas soluções baseadas nas conexões máquina-a-máquina. O ecossistema móvel está se movendo na velocidade da luz. Reconhecimento de padrões e análise contextual, ambiente e acesso, conectividade e adoção em massa de interfaces naturais – gesto e voz – estão criando novos modos de engajamento do usuário. A oportunidade vai muito além de usar aplicativos móveis para fazer o que você sempre fez, de forma diferente.

“Na era pós-PC, celular não pode ser apenas um hobby”, dizem os executivos da Deloitte. “Não é digno de nota que a sua empresa tenha grandes aplicativos móveis, é digno de nota que sua empresa esteja gerando negócios inovadores, dinheiro novo, a partir de soluções móveis que permitiram transformar operações e processos”, diz o estudo.

No entender da Deloitte, mobilidade é uma das tendências disruptivas, que podem criar rupturas positivas e sustentáveis nos recursos de TI, nas operações ou nos modelos de negócio.