Líderes de TI se apoiam na mobilidade para fazer a diferença

Estudo global com mais de 400 gestores da área apontou que 79% acreditam que essa tecnologia aumenta interação com clientes e incrementa receita para suas organizações

A mobilidade ganha importância nas grandes corporações. Prova disso é que a maior parte dos CIOs acredita que essa tecnologia gerará fontes significativas de novas receitas para seus negócios. A maioria dos gestores de TI investirá de 31 a 40% cento dos seus orçamentos em 2013 para alcançar esse objetivo, ante 19% dos CIOs em 2012.

Essas são as conclusões da edição 2013 da pesquisa global CIO Mobility Survey realizada pela consultoria Accenture. O levantamento online foi conduzido entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013 com 413 profissionais de TI (CIOs, CTOs, diretores de tecnologia ou de TI, e diretores de mobilidade) de 14 indústrias em 14 países.

Foram abordados executivos da Austrália, Brasil, China, Finlândia, França , Alemanha, Índia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Espanha, Reino Unido e Estados, Unidos. Cinquenta e três por cento dos entrevistados trabalham para empresas que geram entre 1 bilhão de dólares e 5 bilhões de dólares em receitas anuais, 42% para companhias que movimentam entre 500 milhões de dólares 1 bilhão de dólares; e 6% para negócios que faturam entre 250 milhões de dólares e 500 milhões de dólares.

Mobilidade como fonte de receita

A grande maioria dos que responderam (79%) citaram a mobilidade como um gerador de receita e disse que ela aumentará significativamente as interações com os clientes (84%), bem como afetarão seus negócios (83%).

O estudo também revela que a mobilidade é uma das prioridades máximas nos próximos anos para um terço (34%) dos CIOs; e 42% dos deles ranquearam esse tema entre suas 5 maiores prioridades. Dados de uma pequena amostra também sugerem que diversos CIOs veem seus novos projetos de TI com a seguinte mentalidade: “primeiro a mobilidade”.

Com relação às capacidades específicas de mobilidade, os CIOs que responderam a pesquisa indicaram que as melhorias no campo e serviços a clientes com acesso, captura e processamento dos dados, instantaneamente, estavam no topo da lista de necessidades (43%). Outros 36% mencionaram o engajamento do consumidor via dispositivos móveis, especialmente com transações (comerciais) nesses dispositivos moveis (34%). Entre os participantes do estudo, 29% disseram que planejam desenhar, desenvolver ou distribuir dispositivos que suportem aplicativos B2B.

A Accenture conduziu a pesquisa com CIOs e outros profissionais C-Suite (nome  dado aos profissionais de alta senioridade, tipo CEO , CFO, CIO, etc), para entender se as companhias estão levando em conta a importância da mobilidade para identificar as principais prioridades dos profissionais de TI, bem como os obstáculos para alcançar esses pontos.

Durante o próximo ano, quase metade (46%) dos CIOs disseram que pretendem fazer alterações de fluxo de trabalho para incorporar melhor a mobilidade aos negócios. Além disso, 73% acreditam que a mobilidade irá impactar seus negócios tanto ou mais do que na revolução da web no final dos anos 90, comparado aos 67% dos que responderam a pesquisa no ano passado.

“É encorajador que as empresas estejam adotando a importância da mobilidade, mas elas precisam ir além, identificando as principais áreas para a implementação móvel”, disse Jin Lee, diretor da área de Mobilidade da Accenture.

Lee destacou que os CIOs devem olhar para as áreas que irão crescer, como os dispositivos conectados, e realizar uma análise de lacunas e gaps para determinar como alcançá-los, ou melhor ainda, começar na frente.

“Outras considerações importantes incluem investimentos, alocação de orçamentos, re-treinamento de equipe, contratação de talentos (expertise em mobilidade) e busca por talentos também fora das empresas para ajudar a desenvolver ou implementar estratégias de mobilidade”, disse Lee.

Planos para adoção da tecnologia

Mais da metade das empresas pesquisadas (58%) tem uma estratégia móvel formal desenvolvida de forma moderada. Cerca de um quarto (23%) tem uma estratégia móvel formal desenvolvida de forma extensa, mas abaixo dos 31% do ano passado. Isso sugere que a velocidade da absorção da tecnologia móvel está acelerando na medida em que as empresas são pressionadas a agir antes que tenham uma estratégia bem definida no lugar.

China (50%), Itália (47%) e Brasil (37%) lideram o caminho com planos globais móveis extensivamente desenvolvidas. Apesar do progresso no desenvolvimento da estratégia, metade (50%) das empresas pesquisadas disseram que poderiam priorizar as iniciativas de mobilidade durante o próximo ano, um aumento em relação ao ano passado (41%).

Quase todos disseram que sua estratégia móvel deve se apoiar em smartphones (85%) e tablets (78%). Os dados acenam para o aumento de funcionários que usam seus próprios dispositivos na empresa, e empresas de implantação de tablets como ferramentas de trabalho.

Gestão dos dispositivos

A pesquisa considerou ainda que a gestão de dispositivo móvel (27%), colaboração (25%) e troca de conhecimento (23%) são as três principais características mais importantes para desenvolver uma estratégia de mobilidade.

Quando perguntaram aos participantes sobre as duas principais prioridades, China (53%), Itália (53%) e Índia (50%), marcaram a mobilidade é citada como uma de suas duas principais áreas de foco. No Reino Unido (67%), Japão (57%), e França (52%), a mobilidade aparece como uma das cinco principais prioridades em TI.

A maioria dos entrevistados na Índia (77%) e quase a metade (47%) dos entrevistados no Japão, México e Reino Unido planejam concentrar seus esforços para melhorar o campo de entrega de serviços com acesso a dados instantâneos, captura e processamento ao cliente.

Como prioridades relacionadas com o consumo de mobilidade, 63% dos entrevistados na Índia e no Reino Unido citaram a geração de receita por meio de operações em dispositivos móveis entre suas principais prioridades, seguidos pelos Estados Unidos (36%)

Desafio do BYOD

O estudo descobriu que a segurança (45%), a preocupação com o orçamento (41%) e falta de interoperabilidade com sistemas legados (31%) ainda são as principais barreiras citadas pelas empresas que impactam suas prioridades móveis.

Outra preocupação é o tema “bring your own device” (BYOD). No entanto, mais da metade das empresas pesquisadas (59%) fornecem apenas suporte limitado para seus funcionários, enquanto cerca de um quarto (28%) oferecem total apoio ara a utilização de dispositivos próprios.

“Os CIOs precisam encontrar formas de apoiar os dispositivos móveis que entram no ambiente de trabalho”, disse Lee. “Eles também devem abordar a necessidade de se concentrar intensamente em pessoas e conhecimentos”, afirma o executivo.

Lee observa que as empresas, quase duas vezes mais – 40% em 2013, contra 27% em 201 –, têm plano para alavancar especialistas externos para desenvolver e refinar sua estratégia, indicando que o uso móvel está crescendo mais rápido do que a oferta do mercado em termos de talentos qualificados e disponíveis.

Fonte: Computerworld