Falta de compreensão sobre inteligência de dados atrasa Big Data

A confusão gerada no mercado sobre adoção de ferramentas analíticas de dados vai atrasar o crescimento dos negócios nessa área e retardar os projetos de Big Data. O alerta é de João Tapadinhas, diretor de Business Intelligence do Gartner. Ele abordou esse assunto durante o Symposium ITxpo 2013, que está acontecendo no WTC, em São Paulo.

Ao conversar com jornalistas, Tapadinhas comentou que o grande ruído em torno de Big Data está prejudicando as vendas das tecnologias para análise inteligente de dados. Segundo ele, existe uma dificuldade por parte das empresas em entenderem sobre o uso correto das ferramentas analíticas, o que faz com o processo de decisão de compra se torne mais lento.

Esta dificuldade já existia antes da propagação do conceito de Big Data, segundo o analista do Gartner. “Muitas companhias fizeram investimentos em BI analítico e não tiveram o retorno esperado”, constata Tapadinhas.

Como resultado disso, os negócios nessa área, que haviam registrado crescimento de 17% em 2011, fecharam com queda de 7% em 2012. Tapadinhas espera que as vendas de ferramentas analíticas voltem a crescer, chegando a patamares de 10% até 2016.

A indústria tem parcela de culpa da confusão gerada no mundo de tecnologias de inteligência de dados. Mas o analista do Gartner percebe um esforço delas em tentar orientar o mercado. “Em 2015, a maioria dos fornecedores de ferramentas analíticas terá ofertas diferenciadas”, acredita Tapadinhas.

Big Data é a maior prioridade dos CIOs

Apesar dos ruídos, os projetos de ferramentas analíticas é a primeira do ranking entre as dez maiores prioridades dos CIOs para 2013, segundo estudo global do Gartner realizado com 720 organizações.

De acordo com levantamento global, 64% das companhias entrevistas estão ou planejam aplicar em projetos de Big Data até o final do ano. Outros 8% disseram que já implementaram tecnologias nessa área.

O ano 2013 é considerado o ano da experimentação de Big Data no mercado global, de acordo com o instituto de pesquisas. Os setores mais avançados nessas iniciativas são as indústrias de mídia e comunicação, bancos e serviços.

Ao avaliar a adoção de Big Data na América Latina e principalmente no Brasil, Donald Feinberg, vice-presidente de pesquisas do Gartner, comenta que esse tema está na mesma posição entre as prioridades do mercado global.

Entretanto, Feinberg ressalva que independente das localidades, os investimentos estão em diferentes estágios. “Começam com a aquisição de conhecimento, passam para a definição da estratégia, seguido por um experimento ou teste de conceito. Após a primeira fase ser bem-sucedida, a implantação acontece e o investimento aumenta”, afirma o analista.

FONTE: Computerworld