South by Southwest tem ‘invasão brasileira’ de startups no festival

 Evento de tendências acontece em Austin, nos Estados Unidos, e tem brasileiros no top 3 de países com mais participantes.

O South by Southwest, festival que neste ano acontece de 10 a 19 de março em Austin, nos Estados Unidos, está cada vez mais brasileiro. São startups, empresários, investidores ou profissionais interessados em ficar por dentro das tendências que vão dominar o mercado nos próximos meses ou anos.

Brasileiros no top 3

De acordo com a organização do South By Southwest, neste edição são 1.150 brasileiros (contra 550 em 2016). A participação mais que dobrou e, com isso, o Brasil passou a ser a segunda maior delegação no evento, ficando atrás apenas do Reino Unido. Está atrás também, claro, dos donos da casa: mas eles não entram no ranking.

Mas nem tudo são flores no “South by”, como ele é carinhosamente chamado pelos participantes. Saber o que buscar nesse universo de conteúdo acaba sendo um problema para os participantes. Os encontros de negócios acabam virando uma maratona, e a tendência de que tudo fique cada vez menos pessoal ganha força.

Para ter uma ideia, em 2016 foram 13 dias de evento, com 2.400 sessões, apresentações de 2.200 bandas, 460 filmes exibidos e mais de 140 mil ingressos vendidos.

Se fazer negócios é o principal objetivo para os brasileiros que viajam para Austin com a Apex, para aqueles que vêm de forma independente a missão é mais complicada. É preciso ainda fazer networking e acompanhar as tendências sozinho.

Para Felipe Menhem, da empresa de educação 42 Formas, conhecer pessoas e descobrir o que está sendo falado em diferentes frentes é tão importante quanto os negócios. ”Uma das principais dificuldades do evento é ser visto, por isso, passar sua mensagem nas muitas chances de networking, seja na fila, na sessão, no restaurante, é importante”, explica ele.

Estande brasileiro da Apex no SxSW: em 2016, evento movimento US$ 16 milhões para empresas nacionais (Foto: Fabrício Vitorino/G1) Estande brasileiro da Apex no SxSW: em 2016, evento movimento US$ 16 milhões para empresas nacionais (Foto: Fabrício Vitorino/G1)

Estande brasileiro da Apex no SxSW: em 2016, evento movimento US$ 16 milhões para empresas nacionais (Foto: Fabrício Vitorino/G1)

Divulgação boca a boca

A “invasão brasileira”, ao contrário de assustar, é vista como algo positivo pela organização do festival. Para Tracy Mann, uma das responsáveis pelo Marketing do South by Southwest, tudo começou com a divulgação “boca a boca” no Brasil.

Para ela, além do SxSW não investir em divulgação fora dos EUA, não há melhor publicidade do que aquela feita por quem já veio. “Brasileiros adoram experimentar coisas novas. E quem vem ao South by acaba tendo uma impressão muito positiva”, arrisca ela.

Mas Mann ressalta que a participação dos brasileiros é importante, mas desde que seja com qualidade. E que obtenha resultados. “As histórias de pós-evento é que são o indicador do sucesso. Não é tão importante o tamanho das delegações. O mais importante é que venham as pessoas de alta qualidade, empresas boas, que consigam fazer bons negócios”, diz.

A “invasão brasileira” é, em boa parte, fruto da iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Para Marcia Nejaim, diretora de Negócios da Apex-Brasil, há um potencial a ser explorado.

“O Brasil tem o sexto maior mercado publicitário do mundo e é oitavo maior em TI [tecnologia da informação]. Também somos o 2º maior mercado de games da América Latina e o oitavo consumidor de vídeo on demand. Ou seja, somos um grande produtor e um grande consumidor de economia criativa”, diz ela.

Ainda segundo Nejaim, após quatro anos apoiando os brasileiros no festival, a Apex começou a treinar os participantes, para potencializar os negócios e obter resultados mais expressivos: “Ano passado, foram 36 empresas e os resultados de negócio atingiram US$ 16,62 milhões. Nossa expectativa é maior. Estamos com 68 empresas, ainda mais preparadas e treinadas”.