Impacto da mobilidade nos negócios pode vencer o da internet

Estudo da Accenture, em 12 países,revela ainda que empresas dos mercados emergentes, como o Brasil, investem mais em tecnologias móveis

O desafio de entender e posicionar a mobilidade nos negócios. Este foi o foco do estudo online realizado pela consultoria global Accenture, em janeiro de 2012, com 240 profissionais de TI entre CIOs, CTOs, CMOs e diretores de tecnologia ou TI em 23 indústrias, de 12 países, incluindo o Brasil.

Metade dos entrevistados são de empresas que geram entre 500 milhões de dólares e 1 bilhão de dólares em receitas anuais, e a outra parte de companhias entre 1 bilhão de dólares e 5 bilhões de dólares.

Dois terços (67%) dos CIOs e outros profissionais de TI consultados acreditam que a mobilidade impulsionará seus negócios no mesmo nível ou, até ultrapassar, o impacto realizado pela Internet na década de 1990. A pesquisa também descobriu que mais de dois terços (69%) dos entrevistados consideraram alocar mais de 20% do orçamento discricionário para promover capacidades de mobilidade para os negócios, ainda neste ano – com forte contraste entre os executivos dos mercados emergentes (94%) e os que atuam nos países maduros (35%).

A pesquisa ainda apontou que 48% dos entrevistados dos mercados emergentes têm uma estratégia para mobilidade amplamente desenvolvida, enquanto apenas 12% dos entrevistados nos países maduros alegaram ter estratégias encaminhadas no mesmo nível.

Renato Improta, líder da área de Mobilidade da Accenture, afirma que a maioria dos CIOs, agora, reconhecem o potencial da mobilidade para transformar seu negócio e esse fato pode ser notado a partir do crescente gasto com mobilidade dentro do orçamento de TI. “A mobilidade hoje não é simplesmente uma extensão do legado de TI, é uma nova e complexa forma de realizar negócios”, diz.

O estudo também apontou algumas áreas de preocupação, que podem atrapalhar a adoção de aplicações móveis pelas empresas, 50% dos entrevistados citaram a segurança como o principal fator que as impede de atender às suas prioridades em mobilidade. Custo e orçamento ficaram em segundo lugar (43%), enquanto a interoperabilidade com os sistemas atuais ou a falta de compreensão sobre os benefícios da tecnologia em terceiro (26%).

A pesquisa foi mais além. Consultou desenvolvedores de aplicativos móveis e, segundo eles, nenhum dos sistemas operacionais mais utilizados para smartphones é visto como totalmente seguro. Entretanto, mais de a metade (53%) elegeu o sistema operacional da Apple iOS como o melhor nessa categoria, enquanto o sistema operacional do Google Android ficou em segundo lugar, com 24%.

Os resultados do estudo mostram os desafios criados pela fragmentação do mercado, com um número variado de plataformas e dispositivos móveis em uso. Os desenvolvedores de aplicativos avaliaram essa fragmentação como difícil de gerir e rentabilizar. Já para os profissionais de TI, ela dificulta a capacidade da empresa para acomodar uma das tendências mais fortes da mobilidade – funcionários que desejam utilizar seus dispositivos móveis no trabalho e rodar aplicações corporativas neles.

Nesse cenário, os profissionais de TI e desenvolvedores de aplicativos têm planos diferentes para gerar receita. Na área empresarial, 42% dos profissionais indicaram que querem melhorar o trabalho em campo ou a prestação de serviços ao cliente com acesso instantâneo às bases de dados corporativos, informações relevantes de negócio e processamento de transações. Os desenvolvedores de aplicativos citaram downloads (41%), aplicativos para compras (29%), publicidade tradicional (24%) e inscrições (20%) como formas de rentabilizar aplicativos idealizados para os consumidores.

Outro dado interessante é que cada vez mais os profissionais de TI, que atuam em mercados emergentes, têm foco em soluções móveis – quando comparados com aqueles que atuam em mercados maduros. Nos países latino-americanos e asiáticos, 93% e 81%, respectivamente, indicaram que a mobilidade gerará novas receitas significativas, mas apenas 66% dos europeus e 56% dos norte-americanos entrevistados têm a mesma opinião.

Da mesma forma, metade dos mexicanos e chineses, bem como 40% e 32% dos entrevistados indianos e brasileiros, respectivamente, concorda que o impacto da mobilidade nos negócios pode ser maior do que o causado pela onda da Internet em 1990. A pesquisa concluiu, ainda, que apenas um em cada cinco (20%) entrevistados do Reino Unido e Estados Unidos concorda.

De acordo com o estudo da Accenture, os profissionais de TI devem criar uma estratégia global de mobilidade empresarial. Para que isso seja possível, a Accenture recomenda uma abordagem que inclui três elementos: tecnologia, requisitos de negócio e gestão.

“As empresas precisam desenvolver uma lista abrangente dos projetos de mobilidade que têm em curso e esclarecer os objetivos, acelerar e padronizar as iniciativas, além de inovar para criar vantagens competitivas”, explicou Improta. “As empresas devem rever a sua estratégia para mobilidade a cada seis ou 12 meses (em vez de cliclos de 12 a 18 meses), para garantir que estão fazendo suas apostas sobre as tendências certas”.

Participaram da pesquisa Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, México, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. E o estudo incluiu uma versão online com cerca de 4 mil desenvolvedores de aplicativos de mobilidade com base na África, Ásia/Pacífico, Europa e América do Norte, que criam aplicações, produtos e serviços para funcionários e empresas e também consumidores.

Fonte: Computerworld