Saúde e educação se voltam ao Business Intelligence

Após anos de sistemáticos investimentos em implantações e trocas de ERPs, as corporações passam a visualizar outras possibilidades tecnológicas que podem trazer otimização dos resultados obtidos, além do tradicional sistema de gestão.

Nos últimos anos o business intelligence (BI) já aparecia como um dos investimentos mais desejados pelos gestores, mas, em decorrência de outras prioridades ou exigências como adequações fiscais, foi deixado em segundo plano. Mas este cenário está sofrendo mudanças, principalmente nos segmentos de saúde e educação.

“Tradicionalmente, empresas que trabalham com um número maior de clientes ou itens tendem a utilizar soluções de BI. Isso se deve ao grande número de informações que envolvem o negócio e que, na forma tradicional, não há como conhecer o comportamento de cada cliente ou item. Mas, com o auxílio do BI, é possível conhecer padrões e definir a melhor atuação”, define Maurício Voltolin, diretor de Mercado da SADIG, empresa especialista em soluções de business intelligence.

A maturidade das empresas no que toca à tecnologia influencia no que cada setor faz de investimento. Segmentos como o bancário, telefonia, indústria, e as distribuidoras utilizam bastante. Segundo dados divulgados pelo IBGE em setembro de 2011, o Brasil conta com 4,3 milhões de empresas ativas dos mais diversos segmentos e proporções. A utilização ou não de BI e o modelo utilizado varia muito. Existem vendas feitas junto ao ERP, implantações posteriores ou casos onde uma empresa conta com mais de um sistema de business intelligence. No caso da SADIG, 20% das vendas são fechadas com pacotes de ERP de empresas parceiras, enquanto 80% são vendas separadas.

A área da saúde tem características diferenciadas. Atua com número grande de clientes, mas também com grande gama de fornecedores. Gerir todo esse sistema que envolve compra, venda, atendimento, eventuais promoções, controle de ocupação (entrada e saída similar a de um hotel), manutenção, controles de processos, indicadores específicos do setor, entre outras, é complexo e trabalhoso. A diversidade de informações indica uma grande necessidade de investimento em BI no segmento tanto nas áreas públicas quanto privadas. Educação também está em destaque por envolver, mesmo que em outro serviço, a mesma característica de grande diversificação e volumes de dados.

Dois mercados diferenciados

Segundo o diretor comercial, o mercado brasileiro de BI não é homogêneo. Mesmo nas grandes empresas, o BI não é utilizado plenamente e, via de regra, ele está presente em determinados departamentos ou análises, onde existem situações críticas para a geração de informações. Nas médias, mercado onde a SADIG atua, no entanto, não há essa mesma aceitação, até pelo desconhecimento que ainda impera quanto as vantagens proporcionadas.

“Se, entre as grandes, próximo de 100% utiliza, nas médias, ainda é preciso esclarecer para 70% o que é BI”, diz Voltolin. Para quem já é conhecedor e se apropriou dos benefícios, as empresas desenvolvem evoluções. O Business Analytics (BA) deixa de analisar apenas o que ocorreu, mas baseado em indicadores internos e externos projetam visões futuras. “A questão é que isso vai além de simples tecnologia. São necessários trabalhos estatísticos e matemáticos, estabelecendo constantes e variáveis que permitam projetar estas visões futuras.

Ferramentas e sistemas existem para isso, porém o mais importante é definir “o que” se pretende projetar, neste sentido as empresas médias estão em desvantagem, quando comparada as grandes, pois ainda precisam ganhar esta cultura. Muitas destas acham que somente a contratação dos sistemas resolverá estas questões.”, finaliza Voltolin.

Fonte: BI com Vatapá