Novas perspectivas sobre visualização de dados – E como desenvolver uma estratégia em torno dela.

by Daniel Lázaro *

As empresas estão sendo inundadas com dados em todas as direções. Contudo, as informações que eles trazem não têm nenhum significado ou valor até que os dados sejam processados, compreendidos e usados.

Tecnologias de visualização de dados podem simplificar e acelerar essas tarefas. Em um momento em que a descoberta de dados, a análise e a apresentação de recursos são mais vitais do que nunca, as empresas devem aproveitar a oportunidade não só para perceber a importância da visualização de dados, mas também para desenvolver uma estratégia em torno dela.

Visão Geral

A visualização de dados simplifica o trabalho de compreensão, jogando com a força da mente humana, que prospera em reconhecimento de padrões. Na medida em que a tecnologia se aperfeiçoar e as visualizações em tempo real tornarem-se mais interativas e acessíveis, o público será capaz de explorar mais facilmente os dados em tempo real, e os tomadores de decisão serão capazes de reagir melhor e mais rápido.

As empresas estão começando a demandar visualizações avançadas, devido à exposição a exemplos na web e na mídia. A visualização de dados é a representação gráfica de informações para análise e comunicação. Usada como uma ferramenta para a descoberta de ideias e de apresentação de dados prevalece como a tecnologia do momento, melhorando a análise de grandes conjuntos de informações.

A prática de visualização de dados permite que os profissionais nessa área descubram mais rápida e facilmente ideias, e apresentem os conhecimentos adquiridos para os executivos seniores tomarem decisões pertinentes.

O que é Alfabetização Visual?

Alfabetização visual se refere à capacidade de um indivíduo de compreender, avaliar e criar visualizações de dados. Este conjunto de habilidades inclui a compreensão da língua fundamental, da imagética visual, de teorias da percepção humana, e de princípios fundamentais de projeto e melhores práticas.

Com uma melhor fluência no “idioma” de visualização, as empresas terão melhor capacidade de interpretar e criticar os dados e tomar mais rapidamente decisões baseadas cada vez em mais dados e em menor tempo.

Isso são “Infográficos”?

Muitas vezes a parte artística e a necessidade de contar uma história na apresentação de dados leva ao desenvolvimento de uma abordagem muito mais especifica e com apelo visual mais rico.

Visualização de Dados, em uma forma ampla, se utiliza de mecanismos de programação por meio de ferramentas e aplicações para análises tanto de pequenos quanto de enormes conjuntos de dados e é reutilizável em outras fontes, com possibilidades de interação nos componentes analisados e na atualização de novas informações.

Neste contexto, há muita flexibilidade de manipulação de dados em quantidade/tipos de conexões, o que leva a uma exploração de informações importantes para a descoberta de conhecimento e novos insights.

O infográfico é desenvolvido de forma direcionada a responder uma questão já definida. Assim, o infográfico é uma visão particular de Visualização de Dados com desenhos customizados para aquela visão pré-definida e rica esteticamente. Em geral, nesta abordagem o componente narrativo é muito forte e não há muitos conjuntos de dados a serem explorados.

O que é “Storytelling”?

Storytelling é um método para a partilha de análises complexas e visualizações de dados. Usando uma estrutura narrativa para transmitir informações, pode se tirar proveito de uma capacidade natural do ser humano para aplicar a causalidade a eventos sequenciais.

Contar uma história convincente ajuda as empresas a se conectar com seus públicos e a compartilhar as ideias fornecidas pelos dados de uma forma memorável.

Por que contar uma história funciona?

O cérebro humano evoluiu para lembrar e compreender narrativas mais facilmente do que outras apresentações de informação. Pesquisadores chegaram a essa conclusão quando compararam a atividade em nossos cérebros quando ouvíamos fatos e quando ouvíamos uma história.

Os resultados? Quando falamos sobre os fatos, apenas duas áreas do cérebro são ativadas: a responsável pelo processamento de linguagem e compreensão. Quando contamos uma história, no entanto, várias áreas do cérebro são ativadas.

Por exemplo, se você contar a história de um cliente, visitar a seção de perfume de uma loja de departamentos e provar uma variedade de aromas, como perfumes florais, a área de processamento olfativo do cérebro será ativada enquanto seu público ouve uma descrição dos aromas dos perfumes.

O córtex motor será ativado quando você descrever o cliente abrindo garrafas de vidro texturizadas, e a parte do cérebro que processa as imagens visuais será ativada quando você descrever a embalagem bem concebida.

Além disso, as áreas do cérebro que processam emoções e memórias são engajadas enquanto ouvimos histórias. Adicionando esses tipos de histórias para a sua apresentação pode ajudar a trazer os dados de vendas dos clientes para a vida, ancorando relatórios de dados abstratos para as experiências da vida real.

Vários princípios fundamentais de design são baseados em como as pessoas percebem a informação visual. Entender esses conceitos e saber como aplicá-los para suas visualizações, ajudarão a esclarecer as informações que você quer comunicar, como seus produtos, seu posicionamento, seus diferenciais e o motivo pelo qual os clientes devem se engajar com você e não com  os concorrentes.

Fonte: CIO/IDG de 01 de julho de 2014

(*) Daniel Lázaro é gerente sênior para a prática de Analytics e Gestão da Informação da Accenture na América Latina